domingo, 1 de dezembro de 2013

Reflexão !

Isso que dá colocar uma mesma pessoa para fazer serviços diferentes, acaba não prestando a atenção no que faz.
Vejam o exemplo de São Pedro. Anda pra lá e pra cá com um monte de chave na mão abrindo portões aqui, ali, acolá e ao mesmo tempo tem que cuidar do tempo. Fazer chover aqui, sol ali, tempestade não sei onde, garoa acolá... Além de cuidar do tempo e de abrir os portões do céu para saber quem vai entrar ou não, São Pedro ainda tem que orientar o Bispo de Roma para saber se ele está exercendo sua função de forma correta.
Bom, aí, a gente lava a roupa e pendura no varal simplesmente porque o céu está relativamente aberto. Pronto. Começa a garoar e corre para tirar a roupa do varal tentar pendurar a roupa dentro de casa. Ufa ! 
Você senta para descansar da correria e olha para o lado de fora da casa, e o que vê ? O SOL ! Torna a pegar a roupa que você acabou de estender dentro de casa e leva para o varal de fora para aproveitar o sol, termina de pendurar e fica rezando para que São Pedro vá abrir o portão do céu do outro lado do mundo e esqueça um pouco o tempo. É neste momento que você abre seu navegador de internet e se depara com a passagem de algum famoso pelos portões do céu e pensa: “Puxa, mas era tão novo, era tão bonito (a), tinha um talento enorme, por que será que Deus não leva quem é ruim?” A culpa então passa a ser de Deus.
É como quando você pega a chave do carro para buscar um papel ou o celular que esqueceu dentro do carro, aí você procura a chave e quando pega a chave, vê que junto está uma correspondência do banco. Automaticamente você abre a correspondência e vê que há algo de estranho, você procura seu celular e lembra que ele está dentro do carro, mas como o computador está aí do lado, você abre seu navegador e entra no sítio eletrônico do banco e resolve o problema. Nesse momento você se lembra que estava com sede e vai até a cozinha beber água, mas como na fruteira tem uma banana gostosa, você come e volta para o computador e pensa: “Nossa ninguém lembra de mim, meu celular está quieto.” É quando você lembra que o celular está no carro e vai atrás da chave para abrir o carro, mas onde está a chave ? Não está onde costumo deixar... Claro que não, ela está ao lado da fruteira e quando você lembra que ela está lá, você lembra que estava com sede e acaba bebendo água para depois ir ver o celular.
Essas pequenas estórias servem para que possamos pensar sobre o que acontece no trabalho de algumas pessoas, e até da nossa vida. Muitas vezes acabamos acumulando duas, três ou quatro funções e por algum descuido de fazer uma obrigação ou, esquecemos um recado importante, esquecemos de dar um telefonema. Logo, a culpa é do chefe ? Penso que o chefe pode ter culpa sim, contudo a culpa maior pode ser nossa por querer abraçar o mundo, por querer agradar a todos que nos cercam. Infelizmente temos que dar um basta, temos que “mal tratar” quem está ao nosso lado para que essa pessoa perceba que está nos atrapalhando, que está nos prejudicando. Não a queremos mal, muito pelo contrário a queremos muito bem e é por isso que damos o toque.
Sei que é difícil até por medo de querer magoar ou não saber a reação da pessoa e por isso, peço que pare, pense e reflita que será melhor para ambos. A pessoa terá a chance e poderá crescer, quanto a você se sentirá melhor fazendo sua atividades de forma coesa e sem devaneio. Não pense que a pessoa deixará de gostar de você, com o crescimento a pessoa perceberá que você fez o que era melhor para ambos.
O que precisamos é de foco. Ou cuida da abertura dos portões, ou cuida do tempo ou orienta o Bispo, ou, ainda pegue a chave e vá buscar seu celular, depois abra a correspondência, se vai beber água, beba. Somente depois de beber coma a banana.
Vale ressaltar que São Pedro é uma entidade religiosa e em nenhum momento questiono a sua capacidade ou procuro denegrir a imagem e a religião.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O profeta da música brasileira



Na música brasileira temos muitos compositores que relatam o dia a dia, o passado, um futuro melhor, transformam uma notícia em música e tem aqueles que são profetas. Sim, profetas. Tem aquele dom de compor uma música que tornar-se-á realidade.
Um dos maiores profetas da música brasileira é o jacareense Roger Rocha Moreira, cantor e líder da banda Ultraje a Rigor.


foto retirada do sítio eletrônico da banda


Em 1983 já dizia que somos Inútil, que a gente não sabemos votar, e depois de Tiririca, Clodovil, Gabriel Chalita, José Genuíno entre outros, sou obrigado a concordar. Um pouco mais a frente ele diz que a gente joga bola e não consegue ganhar (!). Tudo bem o Brasil ganhou as Copas de 1994 e 2002, mas perdemos 1986, 1990, 1996, 2006 e 2010. Agora vamos ter a chance de ganhar em casa a Copa de 2014.
Logo no ano seguinte, Roger veio com Rebelde Sem Causa onde diz que os pais são legais, compreendem e como ele iria crescer sem ter com o que se revoltar. Vemos como está a educação em pleno 2013. As crianças estão tão mimadas que não tem com o que se revoltar e acabam matando, batendo em professor... E junto vem com o metrossexualismo Eu Me Amo, só faltava ele começar a se depilar, por que pelado ele ficou em 1987.
Chegamos em 1985 e aí, Roger Moreira vem com sua maior profecia Nós Vamos Invadir A Sua Praia. Pronto, foi dado o alerta que a praia seria invadida. Na letra já dizia: Aqui do morro dá para ver tão legal, o que acontece aí no seu litoral, (...) nós vamos invadir a sua praia...
1987 e como já citei, ele ficou pelado como acontece hoje nas passeatas e programas de TV. Porém o mais incrível foi a letra de Eu Gosto de Mulher, pois ele pede que votemos em uma mulher para presidente e quem foi eleita em 2012 para presidente do Brasil? Dilma Roussef, uma mulher.
Já em 1989 a letra Filha da Puta, já demonstra o quanto amamos este país mesmo com tudo de errado, vide os protestos do R$ 0,20 e mais outras reivindicações. Não se lembra da letra?

Morar nesse país,
É como ter a mãe na zona
Você sabe que ela não presta
E ainda assim adora essa gatona
Não que eu tenha nada contra
Profissionais da cama
Mas são os filhos dessa dama
Que você sabe como é que chama

Filha da puta
É tudo filho da puta

É uma coisa muito feia
E é o que mais tem por aqui
E sendo nós da Pátria filhos
Não tem nem como fugir
E eu não vi nenhum tostão
Da grana toda que ela arrecadou
Na certa foi parar na mão
De algum maldito gigolô

Filha da puta
 É tudo filho da puta
Cês me desculpem o palavrão
 Eu bem que tentei evitar
 Mas não achei outra definição
 Que pudesse explicar
 Com tanta clareza
 Aquilo tudo que a gente sente
 A terra é uma beleza
 O que estraga é essa gente
Filha da puta
 É tudo filho da puta

Prevendo a espionagem americana, em 1990, a banda lançou um LP/CD em inglês, já evitando o trabalho para os espiões.
E, quando todos pensavam que não viria mais nada, eis que Roger Rocha Moreira nos brinca com uma letra de Ah! Se Eu Fosse Homem... e é o ápice dos gays. Após este LP/CD a Banda Ultraje a Rigor gravou coletâneas ao vivo, como o 18 Anos Sem Tirar! Acústico MTV Ultraje a Rigor, Waner 30 anos de Ultraje a Rigor.
É... Roger Rocha Moreira é um profeta musical.
Abaixo o link do acústico e do sítio eletrônico oficial da banda.



sábado, 10 de agosto de 2013

Pai

Hoje é um dia especial, não porque é um domingo. É porque hoje é o segundo domingo do mês de agosto e comemoramos o Dia dos Pais. Entretanto, quero fazer uma homenagem diferente aos pais. Sim, diferente não irei cantar ou tocar a canção do Fábio Jr. que todos vão cansar de ouvir no dia de hoje. Irei falar de pai de um ângulo diferente.
Sabemos que existem pais e pais, contudo toda a regra tem exceção como é o que não pode ser que não é que pode ser que não é. Temos pais que são pais e sabem dar o melhor conselho que um filho pode receber “pergunta para a tua mãe”. Temos pais que não são pais, mas o acaso os transformou em pais. Tem aqueles pais que são avôs, e aqueles que são tios, porém com uma importância de pai. Tem aqueles que são os pais dos nossos amigos e tem amigo que é um pai, como tem aqueles que são pai por falta de um pai. Tem aquela mãe que é um pai e tem o “pãe”.  Tem até avohai. Enfim, pai é pai e tem que participar como diria aquele filme publicitário. Mas, e aquele pai que não tem? É tem este pai também. Todos são pais de uma forma ou de outra, mais presente ou mais ausente, mais freqüente ou mais transparente.
Todavia, eu não quero escrever para meu pai, e olha que para o meu pai tenho muito a falar e agradecer. Sendo hoje o dia dos pais e como toda regra tem exceção eu assim estarei sendo. Hoje eu quero falar dos meus filhos.
Filhos lindos e perfeitos, filhos que só posso agradecer por tê-los e aí sim poder ser pai. Nota-se que sem filho não há pai e só um filho pode ser pai. Ah, meus filhos... Como é bom saber que vocês existem e estão juntos, como é bom poder dividir com vocês as alegrias, as promessas, as brincadeiras, os problemas, a mesa do café, almoço e jantar. O filme que já assistimos milhares de vezes.  O bolinho de chuva, arroz e feijão ou ainda aquele bolo feito com mais amor, carinho, afeto, alegria, Luz e bom coração.
É, meus filhos Iago e Allan, sem vocês o que seria eu? Bom, eu seria só um filho e o dia de hoje seria diferente, mas o que importa é que vocês existem e vocês são a alegria da casa. Sei que muitas vezes a gente discute e procura outros pontos de vista, mas o fato de dividirmos a mesma casa, o mesmo teto nos torna mais amigos.
Obrigado meus filhos por serem filhos lindos e perfeitos, completos e saudáveis.

Acho que se vocês não tivessem o pai que vocês têm eu seria um pai para vocês. Que o dia dos pais seja o dia que nós pais elogiemos nossos filhos, pois sem eles não seríamos pai.

sábado, 4 de maio de 2013

Caxixi ou Caixirola ?? Um caso de plágio.


POR FRANCIEL CRUZ*
Peço licença aos senhores
Neste exato momento
Para narrar uma história
Sem nenhum comedimento
De um bizarro artefato
Feito pra enganar jumento
Desculpem minha imodéstia
Mas posso tudo contar
Pois no dia vinte e oito
Fui testemunha ocular
Estava na Fonte Nova
Só não dei sopa pro azar
Logo na entrada do estádio
Um meganha me parou
Segurou meu guarda-chuva
Prendeu e não liberou
Porém ele deixou livre
Aquilo que Brown plagiou
O tal plágio aconteceu
Sem a menor cerimônia
Brown pegou um Caxixi
E dele fez uma babilônia
Para a todos confundir
Escanteando a parcimônia
Se os incautos não sabem
Direi com autoridade
O Caxixi é um símbolo
Divina ancestralidade
Era usado na África
Em rituais de verdade
Quem quiser se informar
Sobre o sagrado chocalho
Recomendo a leitura
De um minucioso trabalho
Que em 2011 foi escrito
Por Priscila Maria Gallo
A pesquisadora afirma
Com muita convicção
Que o Caxixi sempre foi
Objeto de tradição
E no Congo e em Angola
Servia à religião
Porém quando aqui chegou
Assim informa Maria
O referido Caxixi
Ganhou outra serventia
Incorporou-se ao berimbau
Tocado com maestria
Já esta nova presepada
Não tem nada de eterno
É apenas uma cópia
Vestida com outro terno
Feita para enganar besta
Todo metido a muderno
E, como sói acontecer,
Nas chibanças de pelego
Falaram logo em criar
Num sei quantos mil emprego
Tudo feito no Brasil
Pra gringo pedir arrego
Mas, o fato é que a verdade
Sempre aparece no fim
E a tal da caxirola
Eis o nome do coisa ruim
Só saiu com o aval
Do estrangeiro I’m Green
E para referendar
Toda a esculhambação
O governo entrou em campo
Gastando logo um milhão
E mostrando a todo o mundo
O novo orgulho da nação
Também a impoluta Fifa
Entrou de vez na jogada
Querendo que os torcedores
Aplaudissem a cagada
Como o baiano num é besta
Disse não à patacoada
Aliás, NÃO na Bahia
É motivo pra empolgar
Basta recordar as lutas
De caráter popular
Assim vou pedir licença
Para poder derivar
A primeira das batalhas
De botar cabelo em pé
Esta eu me lembro bem
Foi a do Aimoré
Índio enfrentou portuga
Sem nunca ter dado ré
Logo depois ocorreu
O levante tubinambá
Povo bravo, resistiu
Sem jamais se entregar
Contra o colonizador
Não se deixou escravizar
Os livros pouco registram
O sábio motim do Maneta
Luta boa contra impostos
Sublevação porreta
Que provocou o recuo
Do mandatário careta
Outro motim esquecido
É o da Carne sem Osso
Quando também se exigia
A farinha sem caroço
Foi uma revolta grande
Causou tremendo alvoroço
Também não se pode olvidar
A revolução alfaiate
Tinha base iluminista
Peleja de alto quilate
Liderada pelo povo
Que travou o bom combate
Já a Revolta dos Malês
De origem Muçulmana
Provocou um forte impacto
Aqui na terra baiana
Luta contra a escravidão
Que era uma peste humana
E a Mãe de todas batalhas
A feminina independência
Quitéria, Felipa e Joana
Contra a subserviência
Mostrando que rebeldia
Não rima com leniência
Além destas revoltas
Existiram outras mais
A Sabinada e Canudos
São exemplos colossais
E, na cidade de Cachoeira,
A Federação dos Guanais
Mas, tanto ontem como hoje
Sempre fomos rotulados
E todos os que protestam
Tachados de mal-educados
Os poderosos só aceitam
Que sejamos conformados
Por isso querem vender
Que aqui é só alegria
Povo pacífico e ordeiro
Nesta terra da magia
Mas o fato é que sempre lutamos
Com humor e galhardia
Falam que o bonde do pagode
Agita a cidade inteira
E mostram uma parte do povo
Nesta alegre quebradeira
Mas já quebramos outros bondes
Nem tudo é só brincadeira
E a Revolta da Caxirola
Está nesta tradição
Sim, meninos, eu vi
O furor da multidão
De um povo que se recusa
A ser tratado como um cão
Inicialmente o protesto
Teve como alvo um cartola
E os atletas do Bahia
Que não sabem o que é bola
Por isso os torcedores
Mandaram catar caxirola
E tava bonito de ver
A inversão de papel
O jogador mercenário
Trabalhando como réu
Limpando todo o gramado
Foi uma vingança cruel
E foi também um repúdio
Aos que em nome da assepsia
Querem impor muitas regras
E acabar com a alegria
Domesticando a todos
Ai, meu Deus, que agonia!!!
A manifestação trouxe à tona
O que eles querem esconder
Baiano gosta de bola
Mas não gosta de sofrer
E ninguém vai determinar
Qual é seu jeito de torcer
E a moral desta história
Para quem ainda sonha
É reforçar aquele axioma
Que revolta num é vergonha
É apenas um antídoto
Contra os bichos de peçonha
Foi assim que o protesto
O pecado original
Virou-se contra a própria Fifa
Ganhou dimensão real
Pois pau que aqui nasce torto
Sempre vira berimbau
*Franciel Cruz é jornalista, torcedor do Vitória, blogueiro e ministro das relações exteriores de Amaralina e redondezas.

Caxixi

Caixirola

Caxixi

Caixirola