Isso que dá colocar uma mesma pessoa para fazer serviços diferentes,
acaba não prestando a atenção no que faz.
Vejam o exemplo de São Pedro. Anda pra lá e pra cá com um monte de chave
na mão abrindo portões aqui, ali, acolá e ao mesmo tempo tem que cuidar do
tempo. Fazer chover aqui, sol ali, tempestade não sei onde, garoa acolá... Além
de cuidar do tempo e de abrir os portões do céu para saber quem vai entrar ou
não, São Pedro ainda tem que orientar o Bispo de Roma para saber se ele está
exercendo sua função de forma correta.
Bom, aí, a gente lava a roupa e pendura no varal simplesmente porque o céu está
relativamente aberto. Pronto. Começa a garoar e corre para tirar a roupa do
varal tentar pendurar a roupa dentro de casa. Ufa !
Você senta para descansar da correria e olha
para o lado de fora da casa, e o que vê ? O SOL ! Torna a pegar a roupa que
você acabou de estender dentro de casa e leva para o varal de fora para aproveitar
o sol, termina de pendurar e fica rezando para que São Pedro vá abrir o portão
do céu do outro lado do mundo e esqueça um pouco o tempo. É neste momento que você abre seu navegador de
internet e se depara com a passagem de algum famoso pelos portões do céu e
pensa: “Puxa, mas era tão novo, era tão bonito (a), tinha um talento enorme,
por que será que Deus não leva quem é ruim?” A culpa então passa a ser de Deus.
É como quando você pega a chave do carro para buscar um papel ou o
celular que esqueceu dentro do carro, aí você procura a chave e quando pega a
chave, vê que junto está uma correspondência do banco. Automaticamente você
abre a correspondência e vê que há algo de estranho, você procura seu celular e
lembra que ele está dentro do carro, mas como o computador está aí do lado,
você abre seu navegador e entra no sítio eletrônico do banco e resolve o
problema. Nesse momento você se lembra que estava com sede e vai até a cozinha
beber água, mas como na fruteira tem uma banana gostosa, você come e volta para
o computador e pensa: “Nossa ninguém lembra de mim, meu celular está quieto.” É
quando você lembra que o celular está no carro e vai atrás da chave para abrir
o carro, mas onde está a chave ? Não está onde costumo deixar... Claro que não,
ela está ao lado da fruteira e quando você lembra que ela está lá, você lembra
que estava com sede e acaba bebendo água para depois ir ver o celular.
Essas pequenas estórias servem para que possamos pensar sobre o que
acontece no trabalho de algumas pessoas, e até da nossa vida. Muitas vezes
acabamos acumulando duas, três ou quatro funções e por algum descuido de fazer
uma obrigação ou, esquecemos um recado importante, esquecemos de dar um
telefonema. Logo, a culpa é do chefe ? Penso que o chefe pode ter culpa sim,
contudo a culpa maior pode ser nossa por querer abraçar o mundo, por querer
agradar a todos que nos cercam. Infelizmente temos que dar um basta, temos que “mal
tratar” quem está ao nosso lado para que essa pessoa perceba que está nos
atrapalhando, que está nos prejudicando. Não a queremos mal, muito pelo
contrário a queremos muito bem e é por isso que damos o toque.
Sei que é difícil até por medo de querer magoar ou não saber a reação da
pessoa e por isso, peço que pare, pense e reflita que será melhor para ambos. A
pessoa terá a chance e poderá crescer, quanto a você se sentirá melhor fazendo
sua atividades de forma coesa e sem devaneio. Não pense que a pessoa deixará de
gostar de você, com o crescimento a pessoa perceberá que você fez o que era
melhor para ambos.
O que precisamos é de foco. Ou cuida da abertura dos portões, ou cuida
do tempo ou orienta o Bispo, ou, ainda pegue a chave e vá buscar seu celular,
depois abra a correspondência, se vai beber água, beba. Somente depois de beber
coma a banana.
Vale ressaltar que São Pedro é uma entidade religiosa e em nenhum momento
questiono a sua capacidade ou procuro denegrir a imagem e a religião.