quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Será que estou ficando velho ?

Outro dia fui comprar um abajur. A mocinha me olhou e perguntou:
- Luminária?
Eu olhei em volta, tinha uma porção de abajur.
- Não, abajur mesmo, eu disse.
- De teto?
Fiquei olhando meio pasmo para a vendedora, para o teto, para a rua.
Ou eu estava muito velho ou ela estava muito nova.
- No meu tempo - e isso faz pouco tempo - o abajur a gente punha no criado-mudo, na mesinha da sala. E lá em cima era lustre.
- Lustre?
Descobri que agora é tudo luminária. Passou por spot, virou luminária.
Pra mim isso é pior que bandeirinha virar auxiliar de arbitragem, e passe (no futebol) chamar-se agora assistência.
Quem são os idiotas que ficam o dia inteiro pensando nessas coisas? Mudar o nome das coisas? Por que eles não mudam o próprio nome? A mocinha-da-luminária, por exemplo, se chamava Mariclaire. Desconfio até que já tivesse mudado de nome.
Pra que mudar o nome das coisas? Eu moro numa rua que se chama Rodovia Tertuliano de Brito Xavier. Sabe como se chamava antes? Caminho do Rei. Pode? Pode! Coisa de vereador com minhoca na cabeça e tio para homenagear.
Mas lustres e abajur, gente, é demais.
Programação de televisão virou grade. Deve ser para prender o espectador mais desavisado.
Entrega em domicílio virou delivery. Agenda de correio, mailing. São os publicitários, os agentes de 'marquetingui'?
Quer coisa mais bonita do que criado-mudo? Existe nome melhor para aquilo? Pois agora as lojas vendem mesa-de-apoio. Considerando-se a estratégica posição ao lado da cama, posso até imaginar para que tipo de apoio serve.
Antigamente virava-se santo, agora vira-se beato, como se já não bastassem todas as carolas beatas que temos por aí.
Mudar o nome de deputado para putado ninguém tem coragem, né? Nem de senador para sonhador. Sonhadores da República, não soa bem? E uma bancada de putados?
A turma dos dez por cento agora se chama lobista! E a palavra não vem de lobo, mas que parece, parece.
E por que é que agora as aeromoças não querem mais ser chamadas assim?
Agora são comissárias. Não entendo: a palavra comissária vem de comissão, não é? Aeromoça é tão bom e terno como criado-mudo. Pior se as aeromoças virassem moças-de-apoio, esta aí uma ideia.
E tem umas palavras que surgem de repente do nada.
Luau - Isso é novo. Quando eu era jovem, se alguém falasse essa palavra ou fosse participar de um luau, era olhado meio de lado. Era pior que tomar vinho rosê ou semi-dec.
Mas a vantagem de ser um pouco mais velho é saber que o computador que hoje todo mundo tem em casa e que na intimidade é chamado de micro, nasceu com o nome de cérebro-eletrônico. Sabia dessa? E sabia que o primeiro computador, perdão cérebro-eletrônico, pesava 14 toneladas? E que, na inauguração do primeiro, os gênios da época diziam que, até o final do século, se poderia fazer computadores de apenas uma tonelada?
Outra palavrinha nova é stress. Pode ter certeza, minha jovem, que, antes de inventarem a palavra, quase ninguém tinha stress. Mais ou menos como a TPM. Penso, como seria a Joana D'Arc estressada ou com TPM ? E a ex-primeira ministra Margareth Thatcher ? Se a palavra está aí a gente tem de sofrer com ela, não é mesmo? No meu tempo o máximo que a gente ficava era de saco cheio. Estressado, só a turma do Luau.
E agora me diga: por que é que em algumas casas existe jardim de inverno e não jardim de verão?
E se você quiser mudar o nome desta crônica para lingüiça, pooode.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Um bom filho a casa torna

A volta de um super campeão !



Como diz aquele velho ditado português “O bom filho a casa torna”, que significa que quando o filho é bom ele sempre volta para a casa, no caso da MATOSTT Associação Desportiva de Tênis de Mesa é a Associação que retorna a competir pela cidade de Lorena, defendendo-a nos campeonatos nacionais, após onze anos levando o nome de outras cidades.

Na primeira etapa da Liga Valeparaibana de Tênis de Mesa a equipe MATOSTT conseguiu excelentes resultados sendo campeã nas categorias Mirim Feminino, pré-sênior e sênior e obtendo medalhas em quase todas as outras categorias. “Não houve uma categoria que obtivemos uma medalha, ganhamos medalhas em todas as categorias masculino e feminino” explica Fábio Matos idealizador e criador da MATOSTT.

“Foi minha primeira participação em um campeonato e já consegui o segundo lugar, estou muito feliz” afirma Maria Gabriela, 13 anos, jogadora da categoria mirim feminino. Esta afirmação demonstra o quanto é importante o trabalho que a MATOSTT vem realizando na cidade de Lorena há anos e, só foi possível voltar a competir pelo nome da cidade graças a parceira com empresas de visão como o Colégio Delta, Yazigi Lorena, Anglo Lorena, Valgroup, Clube Comercial de Lorena, Realize-se Assessoria de Eventos, Jornal Vale Vivo, Jornal Guaypacaré e a Prefeitura Municipal de Lorena, “A satisfação de ver uma menina que começou a treinar a pouco tempo e já está ganhando medalhas é indescritível, e isso só foi possível graças as parcerias de sucesso”. Matos ainda completa “São parcerias assim que faz com que possamos acreditar em um futuro melhor para a cidade”.
 
Matos afirma que nesses onze anos que competiu por outras cidades não se sentia bem por ter que ir buscar apoio em outros horizontes, mas que com dedicação, perseverança e força de vontade conseguiu voltar a competir pela sua cidade natal, Lorena. “Nunca achei justo termos que competir com o nome de outra cidade, sendo que somos de Lorena, agora competindo pela nossa cidade, levando o nome da nossa cidade ficamos muito mais motivados”, fala Dimas Oliveira competidor da categoria veterano. Para comprovar a tese de Dimas a equipe MATOSTT ficou em primeiro lugar na classificação geral. “Nossa o nível das competidoras e da competição é muito alto” ressalta Dirce Moreira da categoria Lady
O Centro de Treinamento da MATOSTT possui 208 pessoas, devidamente cadastradas, entre crianças, adultos e idosos que são participativos nos treinos que ocorrem as segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras a partir  das 18:00h (dezoito horas) até as 21:30h (vinte e uma horas), no Colégio Delta, sem qualquer custo para qualquer participante. “Não é fácil treinar tanta gente, mas sabemos que o resultado aparece nas competições” cita Tanaka, também treinador e professor da equipe que conta ao todo com três professores. “É um trabalho de formiguinha e além de resultados tiramos muitas crianças que ficavam a esmo pelas ruas" completa Tanaka.

RESULTADO DA MATOSTT 30/03/2014 

Mirim Feminino
·         1º Lugar: Laura Ribeiro
·         2º Lugar: Maria Gabriela 

Juvenil Feminino
·         2º Lugar: Paula Baptista
·         3º Lugar: Jessica Correia 

Adulto Feminino
·         5º Lugar: Mariana Costa 

Lady
·         2º Lugar: Eunice Cursino
·         3º Lugar: Dirce Moreira 

Pré-Mirim Masculino
·         1º Lugar: Ian Evangelista 

Mirim Masculino
·         2º Lugar: Gustavo Lacerda
·         7º Lugar: Nicolas Oliveira
·         8º Lugar: Allan Cavalcante 

Infantil Masculino
·         4º Lugar: Leonardo Pinheiro
·         6º Lugar: José de Paula
·         8º Lugar: Lucas Ribeiro Juvenil
·         10º Lugar: Guilherme Zago 

Adulto Masculino
·         4º Lugar: Rafael Nunes
·         8º Lugar: Julio Cesar 

Especial Masculino
·         8º Lugar: Fábio Matos 

Pré-Sênior Masculino
·         1º Lugar: Flávio Matos 

Sênior Masculino
·         1º Lugar: Luciano Lucilio
·         8º Lugar: Claudiomar Lacerda 

Veterano Masculino
·         3º Lugar: Dimas Oliveira 

Super Veterano Masculino
·         9º Lugar: João Silva
·         10º Lugar: Mario Medola


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Altruismo


Luiz Moreau Gottschalk, um célebre pianista e compositor, visitando certa vez a cidade de Kingston, na Jamaica, entrou em um templo exatamente no momento em que se realizava um culto.
O pastor falava a respeito da caridade. Pintava com imagens fortes o estado a que tinham ficado reduzidas algumas famílias de uns pobres náufragos perdidos, naqueles dias, durante uma grande tempestade no mar.
O ministro usava toda a sua eloquência para comover o auditório, pedindo contribuições para remediar tanta desgraça.
Eram crianças órfãs, sem alimento. Eram viúvas, sem abrigo. Eram mães idosas, sem ninguém mais que olhasse por elas.
Comovido, o compositor acercou-se de um órgão, num dos ângulos do templo, sentou-se e deixou correr as mãos sobre o teclado.
Uma melodia de sabor religioso, tênue, triste, apaixonada, que parecia um coro sublime, começou a envolver a assembléia.
A suavidade da composição era tal que não impedia que todos continuassem a ouvir a voz do pregador que, dominado pela inspiração da música, ardorosamente foi tecendo imagens, evocando Jesus e a necessidade de amar o próximo.
Finalmente, ele concluiu a sua fala, fascinado, como todos os circunstantes, pelas deliciosas harmonias que saíam do órgão.
A música foi se perdendo em notas divinas e terminou. Então, o próprio pianista tomou seu chapéu, nele depositou algumas moedas, percorreu todos os bancos, recebendo dos presentes valiosos donativos.
Quando chegou ao último banco, no fundo do templo, viu uma senhora muito idosa, alquebrada pelos anos, que trazia o rosto sulcado por lágrimas.
Seria mãe de um dos náufragos? Uma viúva?
Sem pestanejar, ele esvaziou o chapéu no colo da senhora e desapareceu, porta afora.
* * *
Onde anda a miséria? Por vezes, empreendemos campanhas a favor de necessitados a respeito dos quais ouvimos falar e que se encontram distantes de nós.
Muito justo e meritório. No entanto é importante dar uma olhada ao nosso redor.
Existem pessoas muito necessitadas, mas que sofrem caladas, constrangidas de expor as suas dificuldades. Por isso mesmo, ensina o evangelho que o verdadeiro homem de bem é aquele que vai ao encontro da necessidade, sem esperar que a miséria lhe bata à porta.
Para isso, é preciso ter sensibilidade e voltar os olhos para os palcos do sofrimento.
Mesmo porque existem criaturas que, por sua própria condição, sequer podem estender mãos para pedir, pois os braços estão paralisados.
Há os que não podem erguer a voz para suplicar, porque a tem afogada na garganta, pelas lágrimas da dor que nunca cessa.
Há os que desejariam alcançar alguém que os auxiliasse, entretanto, as pernas lhes impedem andar.
* * *
A obra do bem em favor de todos precisa de muitos braços e não exige títulos universitários ou recursos financeiros.
Aguarda, simplesmente, a vontade em ação, um coração que sente, uma mente que idealiza, braços fortes que ajam, desde agora, antes que a fome se transforme em enfermidade e a carência em miséria extrema.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Quanto vale uma vida ?

Dias atrás ocorreu um acidente no Estádio São Paulo, Estádio de propriedade ( ! ) do Sport Clube Corinthians Paulista ao qual foi utilizado dinheiro público para a construção do mesmo.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/01/guindaste-que-caiu-no-estadio-do-corinthians-comeca-ser-retirado.html

Logo após este acidente, apenas dois dias o Sport Clube Corinthians Paulista assina um acordo, ao qual já estava pré acordado, para a liberação de mais R$ 400 MILHÕES para o término do estádio.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/11/corinthians-fecha-acordo-com-caixa-e-bndes-para-financiar-estadio.html

Para mim, este "acidente" foi premeditado, pois o que são duas mortes para R$ 400 milhões ? Causa-se um "acidente" e vamos torcer para que ninguém morra, mas morreram dois operários ! Só dois ? Então a gente paga tudo, caixão, seguro, assistência e ainda dá uns R$ 300 mil para cada família e aposto que a família fica feliz e vai falar bem da gente.

Agora em meio a tanto protesto nos presídio do estado do Maranhão com mortes, rebelião e tudo o mais de ruim que pode ocorrer

http://www.netoferreira.com.br/crime/2013/12/nova-rebeliao-e-quatro-mortes-confirmadas-no-cdp-de-pedrinhas/

http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/brasil/2014/01/07/presos-filmam-decapitados-em-penitenciaria-no-maranhao-imagens-sao-fortes.htm

E o que a gente faz ??? Bom, o tumulto já foi criado agora vamos parar no Congresso Federal ou na Assembleia de cada estado onde ocorre o tumulto para poder fazer aprovar o que queremos.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1395257-maranhao-adia-compra-de-lagosta-e-camaroes.shtml

Assim, a imprensa não presta muito a atenção e a população menos ainda, pois está chocada com os acontecimentos e mortes. Afinal, quanto vale uma vida ?